Dados do Trabalho


Título

Avaliação do impacto da mobilidade com doenças crônicas não transmissíveis em idosos em instituições de longa permanência através da Velocidade de marcha

Introdução e Objetivo

O teste de velocidade de marcha (VDM) é um exame clínico utilizado para avaliar a capacidade funcional e o desempenho físico de um indivíduo, medida a velocidade de caminhada a uma distânica de três metros. Seu objetivo é fornecer informações sobre a mobilidade, equilíbrio e a resistência, além de auxiliar na identificação de possíveis limitações motoras ou necessidade de auxílio na mobilidade com bengalas, muletas ou andadores. Durante o teste, o paciente percorre a distância a uma velocidade confortável, e o tempo gasto é medido. Depois, a velocidade de marcha é calculada em metros por segundo (m/s). Fatores como idade, gênero e mobilidade influenciam os resultados, que possui relação com a saúde e pode ser um identificador precoce de complicações de doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) como o diabetes tipo 2 (DM), hipertensão arterial (HAS) e doenças cardiovasculares.
Os resultados encontrados no teste de VDM podem ser correlacionados com o número de DCNTs como dislipidemia, HAS e DM, haja vista que o teste não é utilizado somente como estimativa de velocidade, mas também podendo ser uma amostra da capacidade física-funcional (CFF) do indivíduo. Dessa maneira, permite-se identificar pacientes com maior risco de sarcopenia, queda, densidade mineral óssea reduzida e/ou fraturas, ou que já se enquadram nessas condições. O presente estudo tem como objetivo relacionar a VDM de pacientes idosos com o número de DCNTs.

Casuística e Método

A amostra estudada foi composta por 66 pacientes, de ambos os sexos e que possuíam ao menos uma doença crônica não transmissível, contudo foram excluídos 7 participantes pela incapacidade de realização do teste, por não compreensão de comandos ou recusa. Dessa forma, com os 59 participantes aptos, foi realizado o estudo e analisado conforme as variáveis que influenciam o resultado, sobretudo idade e gênero, além de relacionar com as comorbidades diversas.

Resultados

A idade média dos pacientes da amostra foi de 79,8 anos e o VDM médio de 0,492 m/s, tendo os valores de referência para a faixa etária média apresentada variam de 0,6-0,8 m/s. Entre os participantes do estudo 49 pacientes apresentam pelo menos uma DCNTs conhecida, sendo que cerca de 61% deles apresentam 3 ou mais, destacando-se a prevalência de HAS, dislipidemia e DM, respectivamente. Outra análise aferida é que, dentro de uma mesma faixa etária e de um mesmo gênero, os pacientes que apresentam maior número de DCNTs possuem resultados inferiores quando comparados com participantes com menor número de doenças crônicas.

Discussão

Os dados apresentados mostram associação no declínio dos resultados da VDM conforme o avanço da idade e quanto maior o número de DCNTs do paciente. Além disso, tendo o teste relação com a CFF do paciente e sendo influenciado pela quantidade de DCNTs, infere-se a necessidade de atuar no controle e prevenção destas, haja vista que é possível que a associação entre a velocidade de marcha e as comorbidades reflita mais o fato de que a mobilidade é um indicador geral do nível de aptidão física dos indivíduos do que uma relação direta entre a VDM e as doenças.
É válido pontuar que esta investigação possui implicações significativas para a população-alvo, oferecendo evidências que podem fundamentar e orientar o desenvolvimento de políticas públicas voltadas à prevenção de DCNTs.

Conclusão

Este estudo concluiu que o teste de VDM é um indicador da força física geral e da CFF, assim, sua utilidade vai além da aferição da velocidade e tempo de percurso de determinada distância. Análise dos dados apresentados revelou uma correlação em que os pacientes que apresentaram um maior número de comorbidades tiveram resultados inferiores no teste, mesmo dentro da mesma faixa etária e gênero, evidenciando o impacto das DCNTs na capacidade funcional e desempenho físico e, possivelmente, na capacidade funcional geral.

Área

Medicina do Esporte

Instituições

Unifaa - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Bárbara Anjos Nascimento Soares, Aryane Rocha Namen Cruz, Nathaly de Azevedo Nascimento, Felipe Manera Scliar, Leandro Raider, Antonio Paulo André de Castro