Dados do Trabalho
Título
Impacto na mobilidade com o tempo de residência de idosos em instituições de longa permanência: uma avaliação através do teste Time Up and Go
Introdução e Objetivo
O avançar da idade caminha junto com um aumento no risco de mortalidade e morbidade como um todo. Cerca de 65% dos indivíduos entre 65 e 84 anos e 82% dos idosos com 85 anos ou mais são portadores de multimorbidade, e cabe aos serviços de saúde saber lidar com a condição específica de cada paciente. A avaliação geriátrica ampla (AGA) é uma avaliação que complementa o exame físico convencional, e tem por objetivo determinar deficiências, incapacidades e desvantagens, de forma a estabelecer metas de cuidado e planejar o acompanhamento a curto e médio prazo, sendo a reabilitação a meta de longo prazo, quando necessária. Dentro da AGA, existe o Time Up and Go (TUG), um teste amplamente utilizado na avaliação da mobilidade e funcionalidade em pacientes idosos ou pessoas com condições de saúde que afetam a mobilidade, sendo que um TUG com resultado de mais de 20 segundos denota um maior risco de eventos adversos, em especial o risco de quedas.
Diante desse contexto, avaliar a relação entre o tempo de permanência em uma casa de repouso e a capacidade de locomoção de seus residentes a partir desse teste permite ter um panorama mais detalhado e completo das verdadeiras condições de saúde da população estudada, o que se traduz em informações sobre qualidade de vida e risco de morte.
O objetivo deste estudo é avaliar o impacto da mobilidade com o tempo de permanência de idosos em uma casa de repouso.
Casuística e Método
Os dados foram coletados no período de julho de 2023 a agosto de 2024. Dos 88 residentes foram incluídos os 38 idosos que aceitaram participar do estudo e tiveram condições físicas de realizar o teste. Foi realizado o TUG, que registra o tempo de execução que o indivíduo leva para se levantar de uma cadeira, caminhar 3 metros, retornar à cadeira e se sentar novamente. De acordo com o resultado obtido, o paciente é classificado em completamente independente (menos que 10 segundos), baixo risco de quedas (10 a 19 segundos), moderado risco de quedas (20 a 29 segundos) ou alto risco de quedas (superior a 30 segundos).
O tempo de permanência foi colhido pela análise dos prontuários dos pacientes, e a análise estatística foi feita pelo programa excel.
Resultados
Os tempos de execução variaram de 8 a 62,6 segundos no TUG, e o tempo de permanência variou entre 2 e 221 meses, sendo que a média do TUG foi de 20,89 ± 8,76 segundos, enquanto para o tempo de permanência no lar, foi de 71,50 ± 61,22 meses. Aplicando o cálculo do coeficiente de correlação de Pearson, obteve-se um resultado de 0,45, uma correlação positiva moderada, que se traduz em, quando maior o tempo de permanência, maior o TUG encontrado.
Discussão
Através apenas dos dados encontrados seria possível fazer uma comparação com a quantidade de tempo que um idoso permanece institucionalizado com o resultado negativo nos testes que avaliam a capacidade física, em destaque o TUG. Segundo o presente estudo, quanto maior o tempo de permanência, maior o resultado do TUG. Deve-se, no entanto, ter em mente que são necessários outros parâmetros para se ter uma noção mais condizente com a realidade desse quadro, por exemplo como é ou se existe um programa de exercício físico no lar, ou como estava a condição física dos idosos quando foram admitidos na instituição.
É necessário um estudo mais aprofundado e uma avaliação mais longa dos participantes para chegar a conclusões mais precisas.
Conclusão
O estudo mostrou um moderado impacto entre tempo de permanência em uma casa de repouso e a capacidade de locomoção de idosos. Portanto, idosos com mais tempo de moradia na casa de repouso apresentaram maior dificuldade de mobilidade.
Área
Medicina do Esporte
Instituições
Unifaa - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Pedro Rocha do Carmo Polonio, Felipe Manera Scliar, Otávio Farinha Alves, Bárbara Anjos Soares Nascimento, Leandro Raider, Antonio Paulo André de Castro