Dados do Trabalho


Título

DIFERENÇA DE FORÇA (TESTE) RELACIONADA A QUEM TEM E QUEM NÃO TEM INSTABILIDADE/HISTÓRICO DE ENTORSE

Introdução e Objetivo

As entorses de tornozelo são uma das lesões musculoesqueléticas mais comuns na prática clínica, especialmente entre atletas e indivíduos fisicamente ativos. Frequentemente, essas lesões evoluem para instabilidade crônica do tornozelo (ICT), definida pelo International Ankle Consortium como a presença de instabilidade mecânica e/ou funcional, acompanhada por sintomas residuais. Entre as consequências da ICT, destaca-se a diminuição de força muscular de dorsiflexão, o que compromete a funcionalidade e reduz a qualidade de vida. O objetivo deste estudo foi comparar a força de dorsiflexão de indivíduos com e sem histórico de entorse de tornozelo.

Casuística e Método

Trata-se de uma análise transversal da linha de base de um ensaio clínico randomizado do tipo crossover, realizado no laboratório [blinded for review]. Foram recrutados voluntários com idades entre 18 e 40 anos e praticantes de atividade física com objetivos voltados à saúde, lazer, ou competição não profissional, que não estivessem em reabilitação para condições musculoesqueléticas no momento do recrutamento. Os participantes foram divididos em dois grupos: i) com histórico de entorse de tornozelo e ii) sem histórico de entorse de tornozelo. A força de dorsiflexão foi avaliada por meio de dinamômetro manual, com os participantes realizando três dorsiflexões máximas, resistindo ao movimento por 5 segundos, com intervalo de 30 segundos entre as tentativas. O dinamômetro foi posicionado sobre a linha média entre o hálux e o 5° dedo. O valor médio das três tentativas foi utilizado para análise. A comparação entre os dois grupos foi realizada com o teste t independente, adotando o nível de significância de 5%.

Resultados

Um total de 55 participantes foi incluído no estudo, sendo 36 deles com histórico de entorse do tornozelo (65%). A média de idade foi de 21,29 ± 2,65 anos. Não houve diferença estatisticamente significativa na força de dorsiflexão entre os grupos (32,4 ± 7,7 vs. 31,3 ± 8,4).

Discussão

Os resultados indicam que o histórico de entorse de tornozelo não impacta significativamente a força de dorsiflexão, sugerindo que, apesar da possível instabilidade funcional associada a entorses recorrentes, a capacidade muscular de dorsiflexão pode ser preservada. Isso pode estar relacionado ao nível de atividade física dos participantes, que pode ter contribuído para a manutenção da força muscular, mesmo entre aqueles com histórico de lesões.

Conclusão

Não houve diferença na força muscular de dorsiflexão entre os grupos com e sem histórico de entorse de tornozelo.
Apoio: Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC).

Área

Medicina do Esporte

Instituições

Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (FCT/UNESP) - São Paulo - Brasil, Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE) - São Paulo - Brasil

Autores

Julia Rocha de Oliveira, Flávia Alves de Carvalho, Isaque Machado da Silva, Lucas Antonio Buara Arminio, Carlos Marcelo Pastre, Ítalo Ribeiro Lemes