Dados do Trabalho
Título
ETIOLOGIA, EPIDEMIOLOGIA E FORMAS DE PREVENÇÃO MORTE SÚBITA DE ORIGEM CARDÍACA NAS PRÁTICAS ESPORTIVAS
Introdução e Objetivo
O exercício é uma ferramenta poderosa para melhorar a saúde, reduzindo o risco de doenças cardíacas e promovendo alterações benéficas nos fatores de risco cardiovasculares. No entanto, num pequeno número de indivíduos com doenças cardíacas, o exercício pode estar associado a um risco aumentado de morte súbita, especialmente quando praticado de forma intensa. A morte súbita em atletas está relacionada com a presença de doenças cardiovasculares congênitas ou adquiridas. Portanto, é crucial que o médico tenha conhecimento das especificidades clínicas envolvidas nos indivíduos predispostos.
Este estudo teve como objetivo identifica a etiologia, epidemiologia e formas de prevenção morte súbita de origem cardíaca nas práticas esportivas.
Casuística e Método
Estudo de revisão da literatura envolvendo artigos científicos sobre morte súbita de origem cardíaca em práticas esportivas. Foi selecionado 25 artigos nas plataformas Scielo, Lilacs e Pubmed Os critérios de inclusão foram: artigos originais, de livre acesso, na íntegra, sobre o tema, em formato eletrônico, em português e inglês e publicados entre 2000 e 2024.
Resultados
A morte súbita em atletas é rara, mas o risco aumenta durante exercícios intensos. A incidência é subestimada, pois faltam dados nacionais e há omissão de informações por instituições. A morte relacionada ao esporte ocorre mais em homens (0,75/100.000) do que em mulheres (0,13/100.000). Em indivíduos acima de 35 anos, a incidência sobe para 6/100.000 devido a doenças cardíacas ateroscleróticas. O exercício regular reduz o risco de infarto, enquanto atividades extenuantes aumentam o risco de taquiarritmia ventricular, responsável por 80% das mortes, ficando os outros 20% a cargo da bradiarritmia e da assistolia.
Discussão
As causas de morte súbita em atletas jovens aqueles com menos de 35 anos de idade são, na sua grande maioria, relacionadas a anomalias congênitas de origem cardíaca. Sendo a que mais se destaca é a cardiomiopatia hipertrófica, seguida das anomalias congênitas da artéria coronária e da hipertrofia idiopática do ventrículo esquerdo. A realização da avaliação clínica pré-participação do atleta é o melhor meio para prevenir fatalidades durante a prática esportiva. Entretanto, a não realização dessa avaliação por grande parte dos atletas hoje em atividade ou até mesmo resultados falso-negativos pós-realização de exames podem vir a trazer riscos de colapsos para esses atletas durante o exercício. E é por isso que, além de medidas preventivas, também devem existir medidas de emergência sempre a postos e prontas para serem utilizadas em todo ou qualquer lugar que abrigue o desenvolvimento de atividades esportivas. Escolas, faculdades, praças esportivas, academias, ginásios, centros de treinamento, estádios, etc. são locais comuns de realização de atividades físicas e, por isso, precisam sempre ter um plano de atendimento emergencial para ser acionado sempre que necessário. Esse plano deve abranger profissionais aptos para a realização de suporte básico de vida que disponham de equipamentos necessários para tal, principalmente o desfibrilador externo automático (DEA), e comunicação rápida e eficiente com equipes treinadas em suporte avançado de vida.
Conclusão
Em conclusão, a morte súbita em atletas é rara, mas exige atenção, especialmente em atividades intensas. Sendo assim, a avaliação clínica pré-participação é essencial para prevenção, assim como a existência de planos de emergência em locais de prática esportiva. Equipamentos como DEA e profissionais treinados são cruciais para evitar fatalidades.
Área
Medicina do Esporte
Instituições
Centro Universitário Vertice - Univértix - Minas Gerais - Brasil
Autores
Bruna Estefani Rocha Brito, Juliana Fontes Beltran Paschoal, Aline Cristina Couto Silva, Thiago Augusto Rochetti Bezerra