Dados do Trabalho
Título
EXERCÍCIO FÍSICO REDUZ FADIGA ONCOLÓGICA EM PACIENTES COM CÂNCER DE MAMA DURANTE QUIMIOTERAPIA E RADIOTERAPIA
Introdução e Objetivo
O câncer de mama é uma das neoplasias mais prevalentes entre mulheres, frequentemente associado a tratamentos como quimioterapia e radioterapia que podem causar fadiga significativa, afetando a qualidade de vida das pacientes. O exercício físico tem emergido como uma intervenção promissora para mitigar esses efeitos adversos. O objetivo deste estudo foi sintetizar a literatura sobre os efeitos do exercício físico na fadiga oncológica em mulheres com câncer de mama submetidas a tratamentos adjuvantes de quimioterapia e radioterapia.
Casuística e Método
Realizou-se uma revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados utilizando as bases de dados eletrônicas PubMed/Medline, Portal Regional da BVS e SciELO. Os descritores utilizados foram "Exercise", "Fatigue", "Neoplasms" e "Drug Therapy". Foram incluídos estudos que avaliaram os efeitos do exercício físico na fadiga oncológica durante o tratamento adjuvante em pacientes com câncer de mama. Não houve restrições quanto ao idioma ou período de publicação. A qualidade metodológica dos estudos foi avaliada pela escala PEDro.
Resultados
Dos 266 estudos inicialmente identificados, oito atenderam aos critérios de inclusão, totalizando 1.347 participantes. As intervenções variaram desde caminhadas moderadas até programas combinados de treinamento aeróbico e resistido. Os principais métodos de avaliação incluíram a Escala de Fadiga de Piper (PFS) e questionários de qualidade de vida como o FACT-B e o EORTC QLQ-C30. Os resultados demonstraram que o exercício físico reduziu significativamente a fadiga oncológica e melhorou a qualidade de vida das pacientes. Além disso, observou-se melhora na aptidão cardiorrespiratória e redução de sintomas de depressão e ansiedade específicos do câncer.
Discussão
Os achados desta revisão indicam que o exercício físico é uma intervenção eficaz na redução da fadiga relacionada ao câncer em pacientes com câncer de mama durante quimioterapia e radioterapia. A prática regular de atividades físicas parece mitigar os efeitos adversos dos tratamentos, melhorando a capacidade funcional e a qualidade de vida. Embora a maioria dos estudos apresente resultados positivos, a heterogeneidade dos protocolos de exercício e métodos de avaliação limita a comparabilidade dos dados. Fatores como adesão ao programa de exercícios e características individuais das pacientes podem influenciar os resultados, ressaltando a necessidade de programas personalizados e monitorados.
Conclusão
Conclui-se que o exercício físico exerce efeitos benéficos significativos na redução da fadiga oncológica e na melhoria da qualidade de vida de pacientes com câncer de mama durante tratamentos quimioterápicos e radioterápicos. Recomenda-se a inclusão de programas de exercícios físicos personalizados como estratégia complementar no manejo desses pacientes. Estudos futuros devem focar na padronização dos protocolos de exercício e na investigação de seus efeitos a longo prazo.
Área
Medicina do Esporte
Instituições
Escola Bahiana de Medicina e Saúdo Pública - EBMSP - Bahia - Brasil, Faculdade da Região Sisaleira - FARESI - Bahia - Brasil
Autores
Ramon Martins Barbosa, Alice Santana Oliveira, Thays Camilly Ferreira dos Reis, Carlos Horraz Mascarenhas da Silva, Jefferson Petto, Alan Carlos Nery dos Santos