Dados do Trabalho


Título

Análise da força de preensão palmar como indicador funcional em idosos e a relação com doenças crônicas não transmissíveis residentes em instituições de longa permanência

Introdução e Objetivo

O hand grip test (HGT) ou teste de força de preensão manual é um exame realizado para análise da força da mão e do antebraço, servindo ainda como avaliação da força total do corpo, estado nutricional e a relação da diminuição da força corporal com o aumento da idade. Logo, representa um importante biomarcador de desfechos em saúde, sendo utilizado para isso um dinamômetro de pressão, o qual mede a força aplicada ao apertar uma alça. Ademais, fatores como idade, gênero e lateralidade apresentam influência direta na força de preensão manual.
Outrossim, pensando-se em uma análise correlativa, os resultados encontrados no HGT podem ser vistos em consonância com o número de doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) como dislipidemia, hipertensão arterial (HAS) e diabetes mellitus (DM), haja vista que aquele não é utilizado somente como estimativa de força, mas também podendo ser uma amostra da capacidade física-funcional (CFF) do indivíduo. Dessa maneira, o teste permite identificar pacientes que sejam mais propícios ao risco ou que já se encontram em condições como sarcopenia, quedas, densidade mineral óssea reduzida e/ou risco de fraturas. O objetivo do presente estudo é estabelecer uma relação entre os resultados encontrados no hand grip test de pacientes idosos com o número de doenças crônicas não transmissíveis.

Casuística e Método

Trata-se de um estudo descritivo e quantitativo que foi realizado com 59 idosos, de ambos os sexos, institucionalizados em uma casa de repouso. Os idosos passaram por avaliação da força de preensão palmar (dinamômetro JAMAR) e as informações sobre doenças crônicas foram retiradas do prontuário de cada avaliado.

Resultados

A idade média dos pacientes da amostra foi de 79,8 anos e o HGT médio de 15,56, tendo os valores de referência para a faixa etária média apresentada variando de 10-15kg de força para mulheres e de 20-30kg para homens. Entre os participantes do estudo, 49 idosos apresentam pelo menos uma DCNTs, sendo que 61% deles apresentam 3 ou mais, destacando-se a prevalência de HAS, dislipidemia e DM, respectivamente. Outra análise aferida é que, dentro de uma mesma faixa etária e de um mesmo gênero, os pacientes que apresentam maior número de DCNTs possuem resultados inferiores quando comparados com participantes com menor número de doenças crônicas.

Discussão

Os dados apresentados mostram associação no declínio dos resultados do HGT conforme o avanço da idade e quanto maior o número de DCNTs do paciente. Além disso, tendo o teste relação com a CFF do paciente e sendo influenciado pela quantidade de DCNTs, infere-se a necessidade de atuar no controle e prevenção destas, haja vista que é possível que a associação entre a força de preensão manual e as comorbidades reflita mais o fato de que a força muscular é um indicador geral do nível de aptidão física dos indivíduos do que uma relação direta entre a força de preensão manual e as doenças.
É válido pontuar que esta investigação possui implicações significativas para a população-alvo, oferecendo evidências que podem fundamentar e orientar o desenvolvimento de políticas públicas voltadas à prevenção de DCNTs.

Conclusão

A análise dos dados apresentados revelou uma relação dos pacientes que apresentaram um maior número de comorbidades com resultados inferiores na avaliação teste de força de preensão palmar, mesmo dentro da mesma faixa etária e gênero, evidenciando o impacto das DCNTs na força muscular e, possivelmente, na capacidade funcional geral.

Área

Medicina do Esporte

Instituições

UNIFAA - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Max Rangel Souza Costa, Bárbara dos Anjos Nascimento Soares, Pollyana de Carvalho Tarôco, Laura Camila Oliveira Barreto, Leticia Palazzi Ribeiro , Antônio Paulo André de Castro