Dados do Trabalho

Título

ESTUDO DE CASO: ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE OS NÍVEIS DE ACELERAÇÃO E DESACELERAÇÃO DE ALTA INTENSIDADE NO GERENCIAMENTO DE LESÃO EM ATLETA DE ALTO RENDIMENTO DO FUTEBOL PROFISSIONAL

Introdução e Objetivo

Introdução: O futebol é um esporte dinâmico que envolve muitos aspectos em uma partida ou treinamento, desde técnicos, táticos, psicológicos e principalmente físicos. As lesões costumam ser recorrentes no dia a dia dos clubes, podendo causar um prejuízo irreversível na temporada da equipe e do atleta. As lesões no futebol podem acontecer por diversos fatores como, desequilíbrio entre os membros, descanso inadequado, nutrição desajustada, sobrecarga de treinamento, entre outros. Um adequado controle de carga reduz a probabilidade de lesões na temporada. Atualmente a tecnologia de posicionamento global (GPS), viabiliza variáveis de treinamento que podem ser manipuladas durante a sessão, chamadas de carga externa. Os jogadores dentro de uma partida realizam muitas ações intermitentes, como acelerações (ACC) e desacelerações (DEC), essas variáveis promovem uma parte considerável da carga total de um jogador durante os treinos e na partida. Esses valores de ACC e DEC devem ser controlados, evitando sobrecarga ou uma disparidade entre as variáveis. Quando valores estiverem com grandes disparidades, além ou aquém do esperado, podem acarretar uma lesão. Objetivo: Analisar a relação entre prevalência de lesões, disparidade entre acelerações e desacelerações e controle de carga em um jogador de futebol profissional durante a temporada competitiva.

Casuística e Método

Metodologia: Esta investigação configura-se como estudo de caso, para tanto foi analisado o episódio ocorrido com um atleta profissional de futebol durante os meses de abril a setembro da temporada 2024 no Santos Futebol Clube. O atleta possui 34 anos de idade, atua como meio campista no Santos Futebol Clube. Os dados coletados foram ACC e DEC de todos os jogos, a partir do GPS, utilizando o OpenField Catapult para processamento dos dados e Microsoft Excel para tabulação dos dados. Concomitantemente analisamos as lesões sofridas pelo jogador, bem como o trabalho desenvolvido a partir do controle de carga mais individualizado durante as sessões de treinamento durante a semana, junto a orientações ao atleta. O controle de carga ajustou o volume de treinamento, as ações de ACC e DEC, modulou número de sprints realizados de acordo com a programação, bem como incremento do tempo descanso e recuperação ativa com fisioterapia. Análise Estatística: Os dados coletados foram expressos em média e desvio padrão, com análise descritiva.

Resultados

Resultados: O atleta lesionou 2 vezes o bíceps femoral, sendo a segunda, uma recidiva em seu primeiro jogo depois de sua recuperação de 17 dias, ficando apenas 27 minutos em campo. A intervenção com controle de carga individual foi realizada após sua segunda lesão. No período pré lesão foram coletados as ACC e DEC em 12 jogos (ACC=43±9,7; DEC=67±13,2), mostrando uma grande disparidade de 36% entre as variáveis. Após a intervenção aliada às orientações ao atleta, foram coletadas as mesmas variáveis pós lesão, demonstradas em 7 jogos, observando uma menor disparidade de 29% (ACC=44±6,8; DEC= 62±9,8).

Discussão

Discussão: Grandes quantidades e disparidade de DEC, geram sobrecarga nos músculos isquiotibiais, que são responsáveis por frenar o movimento do atleta, essas ações de frenagem geram grandes descargas de força, sendo cargas maiores do que uma corrida em velocidade constante, principalmente no músculo do bíceps femoral, local onde o atleta se lesionou. O atleta após a realização do controle de carga diminuiu a disparidade entre DEC e ACC, consequentemente, não teve recorrência em lesões isquiotibiais, mostrando-se um controle de carga eficiente em prevenção de lesão.

Conclusão

Conclusão: A partir deste estudo de caso concluímos que há uma forte relação entre a proporção de ACC e DEC, uma prescrição de treinamento individualizado e prevenção de lesões isquiotibiais.