Dados do Trabalho
Título
Avaliação da mobilidade em idosos em instituições de longa permanência através do Timed Up and Go
Introdução e Objetivo
O TUG (Timed up and go) foi um teste desenvolvido em 1991 com o intuito de avaliar a funcionalidade e o risco de queda de idosos, intervindo assim precocemente naqueles pacientes que apresentam risco aumentado para tais eventos.
O teste tem aplicação fácil e conveniente, uma vez que ele não demanda de instrumentos e nem de um método complexo, dependendo apenas de uma cadeira com braços, um cronômetro e um espaço de 3 metros. Ele consiste em determinar o tempo em que um idoso leva para se levantar dessa cadeira com braços, percorrer a distância de 3 metros, se virar e retornar a posição inicial sentado. Os resultados obtidos podem ser classificados de algumas maneiras, sendo a mais usual: menos que 10segundos (completamente independente), de 10 a 19 segundos (baixo risco de quedas), de 20 a 29 segundos (moderado risco de quedas) e mais que 30 segundos (alto risco de quedas).
O objetivo do estudo é correlacionar os valores obtidos no teste TUG com a idade cronológica de idosos.
Casuística e Método
A amostra foi composta por 63 pacientes de ambos os sexos, residentes em um lar para idosos. Foram excluídos do estudo 19 idosos, sendo 6 por falta de dados relacionados à idade e 13 por serem cadeirantes. Sendo assim, a mostra final foi de 44 idosos o grupo.
Foi realizado o TUG, que registra o tempo de execução de um indivíduo para se levantar de uma cadeira, caminhar 3 metros, retornar à cadeira e se sentar novamente. De acordo com o resultado obtido, o paciente é classificado em completamente independente (menos que 10 segundos), baixo risco de quedas (10 a 19 segundos), moderado risco de quedas (20 a 29 segundos) ou alto risco de quedas (superior a 30 segundos).
Os idosos foram divididos em quatro grupos: grupo 1 com 13 idosos (60 a 69 anos), grupo 2 com 8 idosos (70 a 79 anos), grupo 3 com 20 idosos (80 a 89 anos) e grupo 4 com três idosos (mais que 90 anos).
Resultados
Dos 44 idosos avaliados, 3 idosos são completamente independentes (6,82%), 18 idosos com baixo risco de quedas (40,91%), 16 idosos com moderado risco de quedas (36,36%) e 7 idosos com alto risco de quedas (15,91%). A média da TUG obtida deste grupo foi de 21s93mil, sendo classificada como moderado risco de queda.
Análise por grupo:
• Grupo 1 = 13 pacientes, sendo:
o Completamente independentes: 1 (7,69%);
o Baixo risco de quedas: 8 (61,54%);
o Moderado risco de quedas: 2 (15,4%);
o Alto risco de quedas: 2 (15,4%);
o Média do TUG: 18,11 segundos (baixo risco de quedas);
• Grupo 2 = 8 pacientes, sendo:
o Completamente independentes: 0 (0%);
o Baixo risco de quedas: 4 (50%);
o Moderado risco de quedas: 4 (50%);
o Alto risco de quedas: 0 (0%);
o Média do TUG: 19,23 segundos (baixo risco de quedas);
• Grupo 3 = 20 pacientes, sendo:
o Completamente independentes: 1 (5%);
o Baixo risco de quedas: 5 (25%);
o Moderado risco de quedas: 10 (50%);
o Alto risco de quedas: 4 (20%);
o Média do TUG: 25,11 segundos (moderado risco de quedas);
• Grupo 4 = 3 pacientes, sendo:
o Completamente independentes: 0 (0%)
o Baixo risco de quedas: 1 (33,33%);
o Moderado risco de quedas: 1 (33,33%);
o Alto risco de quedas: 1 (33,33);
o Média do TUG: 27,30 segundos (moderado risco de quedas);
Discussão
Com os resultados obtidos pelos testes conseguimos observar que a média de TUG dos grupos aumenta conforme a idade, estabelecendo relação diretamente proporcional entre idade e TUG, e consequentemente com risco de queda. Tal constatação está de acordo com o encontrado nas literaturas mais recentes.
Ainda sim, é importante relatar que os valores encontrados no teste TUG tem relação com a idade dos idosos e corroboram com outras publicações científicas.
Conclusão
Por meio deste estudo foi possível determinar a relação causal entre o envelhecimento e o aumento do índice de TUG, este que é um preditor do risco de quedas para idosos. Desta maneira é possível, com um teste rápido, avaliar a funcionalidade e tomar medidas que podem prolongar e dar qualidade de vida a população em questão.
Área
Medicina do Esporte
Instituições
UNIFAA - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Otávio Farinha Alves, Pollyana de Carvalho Tarôco, Laura Camila Oliveira Barreto, Felipe Manera Scliar, Letícia Valente Carvalho , Antônio Paulo André de Castro