Dados do Trabalho


Título

Impactos da Ansiedade na Performance de Atletas de Alto Rendimento (AAR) e as estratégias utilizadas para mitigar seus efeitos.

Introdução e Objetivo

A ansiedade é um fator psicossocial, comum entre AAR, com impactos negativos no desempenho esportivo e na saúde mental dos mesmos. Estudos apontam que fatores individuais e coletivos aumentam os níveis de ansiedade, comprometendo aspectos como concentração, coordenação motora e capacidade de tomada de decisão. A identificação dos gatilhos ansiosos permite o desenvolvimento de estratégias preventivas e corretivas, potencializando o desempenho e a resiliência psicológica dos atletas. Diversas abordagens têm sido desenvolvidas para mitigar seus efeitos, incluindo estratégias psicológicas, fisiológicas e farmacológicas.
O objetivo desse trabalho é analisar os principais impactos causados pela ansiedade na performance dos AAR e as estratégias utilizadas para mitigar seus efeitos no contexto esportivo.

Casuística e Método

Trata-se de uma revisão sistemática de artigos publicados entre 2015 e 2023, nas bases de dados PubMed, Scopus e SciELO, utilizando os descritores "ansiedade", "performance atlética" e "esportes de alto rendimento". Foram incluídos estudos com amostras de atletas de modalidades olímpicas e profissionais, sendo excluídas pesquisas com atletas amadores. Foi realizada análise para categorizar os impactos da ansiedade e as estratégias utilizadas para mitigar seus efeitos

Resultados

O estresse competitivo, expectativas externas e a pressão por resultados podem causar altos níveis de ansiedade e estão associados a uma diminuição significativa na precisão e velocidade de execução de movimentos técnicos. Fisiologicamente, pode manifestar-se através de taquicardia, aumento da pressão arterial, tensão muscular, respiração superficial e sudorese excessiva, comprometendo a coordenação motora e a tomada de decisões rápidas e precisas. Cognitivamente, pode gerar dificuldades de concentração, pensamentos negativos, ruminância e catastrofização, minando a confiança do AAR e sua capacidade de executar as habilidades técnicas com fluidez. Estratégias como a respiração controlada, visualização, treinamento mental, terapia cognitivo-comportamental e treinamentos de relaxamento progressivo são as intervenções não farmacológicas mais eficazes. O uso ansiolíticos mostrou ser eficaz em curto prazo, mas é reservado para casos específicos devido aos riscos de dependência.

Discussão

Os dados indicam que a ansiedade pode ser tanto debilitante quanto facilitadora do desempenho, dependendo do nível de controle que o atleta exerce sobre suas emoções. A implementação de programas de treinamento mental pode aumentar a autoconfiança e melhorar o foco dos AAR em situações de alta pressão. As diferenças de impacto observadas entre as modalidades também sugerem que o controle da ansiedade deve ser abordado, considerando as exigências psicológicas de cada esporte. O autoconhecimento é fundamental para identificar os gatilhos individuais e desenvolver estratégias personalizadas de enfrentamento. A ansiedade é uma experiência subjetiva e as estratégias mais eficazes podem variar de um atleta para outro.

Conclusão

A ansiedade exerce um papel significativo na performance do AAR e a preparação mental, física e técnica são cruciais para a sua diminuição. As estratégias não farmacológicas se mostram promissoras e seguras e as farmacológicas devem ser usadas com cautela e, preferencialmente, em conjunto com abordagens comportamentais. A prevenção e o tratamento da ansiedade devem ser considerados como parte integrante do processo de treinamento e desenvolvimento dos AAR.

Área

Medicina do Esporte

Instituições

UNIVERSIDADE DE VASSOURAS - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

JOÃO VITOR DE RESENDE CÔRTES, PATRÍCIO CLEMER ALONSO RAMALHO, PATRÍCIA DE SOUSA DA SILVA ARAÚJO, CAIO MAURÍCIO SILVA, JOÃO PEDRO DE RESENDE CÔRTES