Dados do Trabalho
Título
A ELEVAÇÃO DA DISAUTONOMIA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR PÓS-COVID
Introdução e Objetivo
A Disautonomia cardíaca é uma condição que afeta o sistema nervoso autônomo, responsável por controlar funções automáticas do corpo. Portanto, ocorre um desequilíbrio do sistema simpático e parassimpático, afetando as funções involuntárias de coordenação corporal. A doença é classificada como uma condição sistêmica de intolerância ao exercício, com sintomas como fadiga inexplicada, mal-estar pós-exercício e sono não reparador, podendo incapacitar os pacientes por mais de seis meses.Além disso, esse desequilíbrio entre os sistemas simpático e parassimpático pode levar a complicações como miocardite, arritmias e insuficiência cardíaca. Estima-se que mais de 70 milhões de pessoas ao redor do mundo sofram com disautonomias, sendo a síndrome vasovagal uma das formas mais comuns. O objetivo do resumo foi realizar uma revisão sistemática a respeito elevação da Disautonomia do sistema cardiovascular Pós-COVID, descrevendo levantamentos estatísticos de estudos realizados sobre o tema proposto.
Casuística e Método
Este estudo é uma revisão sistemática, baseada na metodologia PRISMA, que busca identificar a Disautonomia do sistema cardiovascular pós-COVID. Foram analisados sintomas cardiovasculares como palpitações, dispneia e edema, relacionados à elevação da disautonomia. A pesquisa utilizou bases de dados como PubMed e BVS, considerando artigos entre 2019 e 2023 em português, inglês e espanhol. Após a aplicação de filtros, 34 estudos transversais e observacionais foram selecionados para a revisão.
Resultados
Este estudo observacional destacou a prevalência de complicações cardiovasculares em pacientes brasileiros internados com diagnóstico de COVID-19, confirmado por PCR, com incidência de arritmias nessa população foi de 8,7%, sendo 76,2% taquicardias supraventriculares, 14,3% taquicardias ventriculares sustentadas e 9,5% bradicardias.
Discussão
Estudos internacionais corroboram esses achados, associando COVID-19 a um aumento significativo em complicações cardíacas, como arritmias, insuficiência cardíaca e miocardite. Em resumo, os pacientes com queixas cardíacas, que foram avaliados nesse estudo, tiveram como achado mais comum as arritmias, com destaque para taquicardia sinusal e extra- sístoles. As arritmias de origem atrial ocorreram mais frequentemente. Além disso, foram evidenciados: alterações pressóricas, doença arterial coronariana, alterações do miocárdio e pericárdio. Os pacientes internados apresentaram complicações cardiológicas mais frequentes, contudo os pacientes que relataram quadros mais leves, na fase aguda da infecção pelo SARS- CoV-2, também manifestaram complicações cardiovasculares, devendo ser investigados e seguidos a longo prazo. Esses dados confirmam que o coração pode ser alvo de inflamação pelo SARS-CoV-2, algumas vezes deixando sequelas cardíacas tardias. Essas complicações requerem monitoramento contínuo mesmo após a fase aguda da infecção.
Conclusão
Diversos estudos indicam que sintomas cardiovasculares são frequentes em pacientes pós-infecção pelo SARS-CoV-2, caracterizando a síndrome pós-Covid. Entre as complicações mais prevalentes estão arritmias e alterações de pressão. Embora pacientes em estado grave apresentem mais alterações cardíacas, casos leves também mostram complicações. Recomenda-se que pacientes com sintomas cardíacos pós-Covid busquem avaliação médica para diagnóstico precoce de possíveis complicações. No entanto, mais estudos são necessários para avaliar a evolução desses pacientes a longo prazo.
Área
Medicina do Esporte
Instituições
Centro Universitário Vértice - Univértix - Minas Gerais - Brasil
Autores
Bruna Estefani Rocha Brito, Diógenes Trabuco da Silva Oliveira, Délio Tiago Martins Malaquias, Giovana Casarini Yamashiro, Hamilton Roberto Moreira de Oliveira Carriço, Aline Andressa Ferreira Schröder