Dados do Trabalho


Título

A INFLUÊNCIA DA IDIVIDUALIZAÇÃO NO CONTROLE DE CARGA EXTERNA SOBRE A PERFORMANCE ANAERÓBIA EM EQUIPE DE FUTEBOL FEMININO

Introdução e Objetivo

Introdução: O jogo é caracterizado como o momento de maior demanda física do atleta sendo necessária sua plena forma física para buscar o melhor rendimento. O controle de carga (CG) no futebol é fundamental para otimizar o desempenho dos atletas e prevenir lesões, envolve monitorar e ajustar a intensidade, duração e frequência dos treinos e jogos, garantindo que os jogadores mantenham um equilíbrio entre esforço e recuperação. O CG aplicado pela fisiologia é estruturado e realizado de forma semanal e pode ser dividida em duas subcategorias: carga externa e carga interna. CG externa (CGE), é o estímulo externo aplicado ao atleta, trabalho físico (qtd. de sprints, peso levantado, distância total percorrida etc.) realizado pelo atleta durante competições e treinos, com a utilização da tecnologia de monitoramento GPS. Através dessas informações, resolvemos prescrever protocolos de treinamento que simule as demandas especificas e individuais para cada atleta de acordo com as suas exigências biológicas e relativas na busca por uma melhor performance atlética. O objetivo do presente estudo foi comparar os níveis de performance de atletas profissionais de futebol feminino antes e depois da implementação do CGE relativo para prescrição do treinamento.

Casuística e Método

Metodologia: Foram avaliadas 27 atletas de futebol, idade média 29,4 ± 6,2 anos, todas do sexo feminino. Para avaliação das métricas (distância total, distância de sprint, sprints, aceleração e desaceleração) foi utilizado o dispositivo com sistema de posicionamento global “GPS” Catapult One (Catapult), cada atleta possuía seu dispositivo próprio para uso individual. As atletas foram avaliadas em dois momentos: um jogo no primeiro semestre (Jogo 1) sem aplicação do CGE e outro jogo no segundo semestre (Jogo 2) com implementação CGE, em ambos os períodos, foi levado em consideração os cinco melhores jogos de cada atleta e posteriormente do grupo. O acompanhamento das métricas foi realizado durante os jogos, onde o fisiologista consegue acompanhar as métricas ao vivo, métricas essas que foram pré-estabelecidas com o CG realizado pelo departamento de fisiologia. Análise estatística: Os dados coletados foram foram expressos em média e desvio padrão, foi utilizado o programa SPSS versão 22.0, para anova de um caminho com nível de significância p≤0,05.

Resultados

Resultados: A tabela abaixo apresenta o comparativo das métricas de dois jogos entre o primeiro e o segundo semestre da temporada. Nota-se diferença significativa entre os dois períodos para a distância e quantidades de sprints, observando um incremento de performance relacionado ao aumento das valências físicas no período do segundo semestre. Distância total (km) = (8,6 ± 3,7 vs 8,7 ± 4,9 p≥0,05), distância de sprint (m) = (391 ± 244,2 vs 450 ± 349,1 * p≤0,05), sprints (qntd) = (14 ± 9,5 vs 17 ± 12,5 * p≤0,05), acelerações (qntd) = (140 ± 62 vs 147 ± 78 p≥0,05), desacelerações (qntd) = (149 ± 76 vs 154 ± 95 p≥0,05).

Discussão

Discussão: São produzidos cálculos a fim de viabilizar e efetivar o CGE das semanas de treinamento. Em cada sessão de treino é especificado um estímulo para cada atleta no qual é determinada uma valência física predominante, dessa forma preparando o atleta para uma supercompensação futura e para a melhor performance possível no dia do jogo, o que corrobora com os achados do estudo onde é possível observar que o controle de carga foi efetivo na melhora das métricas de alta intensidade do grupo. Nosso trabalho, destaca-se a melhora significativa das métricas relacionadas a velocidade das atletas, onde a distância de sprint e o número de sprints (>19km/h) foram os resultados mais expressivos, demonstrando uma maior capacidade anaeróbia do grupo impondo uma maior intensidade dentro do jogo.

Conclusão

Conclui-se que a utilização da prescrição individual do CGE relativo para cada atleta foi favorável para o incremento da performance das atletas de futebol feminino.

Área

Medicina do Esporte

Autores

Caroline Cavalcanti de Freitas, Ana Beatriz Gonçalves Oliveira, Débora Dias Ferraretto Moura Rocco, Caroline Simões Teixeira, Rodrigo Kallas Zogaib, Alexandre Galvão da Silva