Dados do Trabalho

Título

Síndrome pós-concussão: um relato de caso

Introdução e Objetivo

A síndrome pós-concussão (SPC) é uma sequela comum de traumatismo
cranioencefálico devido ao contato ou forças de aceleração/desaceleração intracerebral e se manifesta por
cefaleia, tontura, dificuldade em dormir, alterações de personalidade e comprometimento cognitivo.
Os sintomas de SPC são comuns durante a semana após a concussão e geralmente se resolvem
durante a segunda semana. Entretanto, podem persistir durante meses ou, mais raramente, durante
anos. Ademais, durante uma temporada esportiva, quase 20% dos atletas de esportes de contato
sofrem uma concussão, com maior incidência em adolescentes e adultos jovens. Objetivo: Relatar o
caso de SPC, secundária à lesão por impacto cerebral durante partida de futebol

Casuística e Método

Relato de Caso

Resultados

Atleta de futebol, sexo masculino, 18 anos, previamente hígido. Não possui histórico familiar para doenças. Há 2 anos, em partida de futebol, sofreu um impacto de forte intensidade em região de face, deferido com o cotovelo por seu adversário, causando uma fratura nasal.
Apresentou-se ao consultório médico com queixa de insônia e de crises frequentes de cefaleia,
bitemporal, pulsátil, associado a turvação visual e parestesia. Essas crises eram desencadeadas
principalmente após esforço (treino de futebol) e por traumas na região da cabeça. Cefaleia se intensificava
quando paciente sente-se ansioso. Refere que esses sintomas vêm afetando o desempenho em
sua profissão. Ao exame neurológico, não apresentou alterações de pares cranianos, força muscular,
dismetria ou nistagmo. Foi, então, solicitado ressonância magnética para avaliação neurológica devido
à hipótese diagnóstica de SPC.

Discussão

Concussão é definida como uma alteração da função normal do cérebro causada por uma força biomecânica que ocorre de forma frequente em práticas de esportes de contato, como no futebol. Os sintomas pós-concussão, como cefaleia, podem dar
suporte a um diagnóstico através de uma escala de sintomas autorrelatos, amplamente utilizada, chamada Escala de Sintomas Pós-Concussão. Embora seja uma medida confiável e
válida, a natureza vasta e heterogênea torna o diagnóstico desafiador. Sabe-se que, diante deste
evento, modificações neurofisiológicas podem ocorrer em longo prazo, resultando na SPC,
expressando alterações mentais (ansiedade e depressão), fisiopatológicas (enxaquecas e dores
crônicas), e comprometimento cognitivo, podendo impossibilitar o atleta de retornar às atividades
rotineiras, por gerar déficits de aprendizagem e físicos permanentes. Levando, assim, a uma
diminuição da qualidade de vida e do desempenho. Muitos pacientes percebem que os sintomas
pós-concussão são uma continuação dos sintomas que tiveram inicialmente após a concussão. As
queixas são de natureza somática, cognitiva e emocional. Nessa ampla gama de sintomas, as cefaleia são muito comuns e as cefaleias pós-traumáticas são classificadas como um dos
tipos de cefaleia secundária, como é o caso descrito acima. Por fim, para diagnosticar concussão, os
médicos devem solicitar tomografia computadorizada ou ressonância magnética do crânio para
comprovar que as estruturas cerebrais não estejam danificadas

Conclusão

A compreensão da SPC é relevante para atletas, isso porque essa condição não só pode afetar significativamente o
desempenho, mas também a saúde a longo prazo. Nesse viés, conclui-se que as concussões podem
interferir nas funções sistêmicas, tornando um dificultador do tratamento os sintomas subjetivos e
inespecíficos. Portanto, o reconhecimento precoce e a gestão adequada são essenciais para prevenir
complicações e garantir uma recuperação eficaz, mitigando o risco de desenvolvimento dessa
síndrome. Outrossim, a conscientização sobre a síndrome ajuda a promover maior segurança no
esporte, encorajando atletas e a equipe multidisciplinar envolvida a reconhecer e manejar, criando
um ambiente mais seguro.