Dados do Trabalho
Título
O impacto da atividade física no equilíbrio de pacientes com parkinson: uma revisão sistemática
Introdução e Objetivo
A Doença de Parkinson (DP) é uma condição neurodegenerativa progressiva que afeta o equilíbrio e a mobilidade dos pacientes, levando a quedas e perda de independência. Diversos estudos sugerem que a prática de exercícios físicos pode melhorar significativamente esses sintomas, contribuindo para o controle postural e a estabilização do tronco. Por isso, este estudo tem como objetivo avaliar o impacto de diferentes tipos de exercícios físicos no equilíbrio de pacientes com Doença de Parkinson, analisando a eficácia desses tratamentos.
Casuística e Método
Revisão sistemática realizada na base de dados PubMed, utilizando o operador booleano "AND" com os descritores DeCS: Parkinson”, “Exercise”, "Balance" e "Clinical Trial" e selecionando o filtro "Ensaio Clínico Randomizado". Foram analisados 40 artigos pelo título e resumo, excluindo 17 por fuga temática. Portanto, foram incluídos nesta revisão 23 artigos na íntegra.
Resultados
Dos estudos analisados, todos alteraram o equilíbrio ao praticarem algum tipo de atividade física proposta. Cinco artigos tiveram o grupo experimental e controle realizando atividade física e portanto, foi observada a melhora do equilíbrio para ambos grupos. Ademais, a população alvo de 19 artigos analisados abrangeu participantes a partir dos 50 anos, enquanto 4 estudos utilizaram essa faixa etária como critério de exclusão. Para análise do impacto do exercício, foram realizados diversos testes de avaliação de equilíbrio, principalmente Berg Balance, Time up and Go e Mini-BESTest. Todos os artigos usufruíram de pelo menos 2 tipos de testes diferentes para a avaliação, sendo eles variados em relação à escolha. No geral, a quantidade de atividade física realizada diariamente variou entre 30 a 60 minutos com uma média de realização da atividade em 3 dias da semana.
Discussão
Todos os artigos apresentaram como resultado principal a melhora do equilíbrio, acompanhado por melhora da função cognitiva, da função motora, do metabolismo energético,mobilidade, controle postural, estabilização do tronco, redução da inflamação, maior eficácia na realização de movimentos controlados, melhoria da capacidade funcional tanto em curto prazo, quanto seu efeito reverberante em longo prazo na vida dos pacientes. Todos estudos comprovaram influência direta da relação entre exercícios físicos e a redução dos sintomas gerados pela DP. Dentre os exercícios, foram analisados pilates, tai chi, videogames, exercícios com estímulos auditivos, jogos, aumento do peso do tronco durante exercício, por pesos, liberação miofascial, associada a exercícios, ergometria, exercícios de equilíbrio e caminhada, gerenciamento de quedas com exercício de equilíbrio e fortalecimento, programa aquático ai chi, treinamento por realidade virtual, programa de treinamento com feedback aumentado, esteira, treino de marcha robótica, corrente contínua transcraniana simultânea a treino de marcha, hatha yoga, telereabilitação. Segundo Nuic e col., (2023) mesmo pacientes resistentes à levodopa, obtiveram boa resposta à terapia com exercício físico, demonstrando que o exercício impacta positivamente mesmo que o tratamento para DP seja diferente do convencional. Já os artigos que utilizaram realidade virtual, técnica de observação de ação e imaginação motora, feedback visual aumentado explícito ou telereabilitação, não apresentaram resultados significativos em relação ao grupo controle que empregou exercícios convencionais.
Conclusão
Todos os artigos concluíram que a prática da atividade física provocou melhora do equilíbrio em pacientes com DP, abordando a possibilidade de escolha abrangente quanto ao exercício praticado. Portanto, é possível afirmar que esse tipo de tratamento não farmacológico é uma alternativa para melhora deste sintoma em pacientes parkinsonianos, possibilitando que o indivíduo escolha a prática que mais lhe é possível dentro do seu contexto social.
Área
Medicina do Esporte
Instituições
Hospital naval Marcílio Dias - Rio de Janeiro - Brasil, IDOMED - Rio de Janeiro - Brasil, São Camilo - São Paulo - Brasil
Autores
Caio Camacho Kauffmann, Isabela Rodrigues Benedik, Bruno Camacho Kauffmann, Paula De Carvalho Noro, Márcia Aparecida Camacho Kauffmann Nogueira