Dados do Trabalho


Título

LESÃO DOS GRUPAMENTOS MUSCULARES DO COMPARTIMENTO ANTERIOR, MEDIAL E POSTERIOR DA COXA EM GINASTA: RELATO DE CASO

Introdução e Objetivo

A ginástica artística, também conhecida como ginástica olímpica, envolve risco significativo tanto para lesões traumáticas como para lesões por esforços repetitivos, em praticamente qualquer articulação do corpo.
As lesões musculares são comuns na ginástica artística devido aos movimentos repetitivos e de alto impacto que o esporte exige.

Casuística e Método

A.M.A.V, 12 anos, ginasta artistica, apresentou dor na região posterior do quadril e coxa esquerda além de limitação funcional sendo mais evidente em movimento de saltos e corrida após treino.
Ao exame físico, dor a palpação na origem dos isquiotibiais e adutores e limitação funcional durante a marcha.
Foi submetida a investigação diagnóstica através de exames de imagem (ultrassonografia e ressonancia nuclear magnética).

Resultados

Devido intensidade da dor, análise ultrassonográfica foi prejudicada.
Após estudo da ressonância nuclear magnética, foram observados alteração da intensidade de sinal em T2 do complexo anterior, medial e posterior da coxa esquerda, sendo diagnosticado lesão muscular grau II no quadríceps femural, adutores e isquiotibiais.

Discussão

A ginástica é um esporte assimétrico, uma vez que o atleta realiza movimentos de saltos e giros sempre para o mesmo lado, sobrecarregando um lado do corpo mais do que o outro. Isso é mais um fator de risco para lesões, e que deve ser minimizado por meio de um adequado trabalho de preparação física.
O ginasta adolescente está especialmente vulnerável para lesões, por uma série de razões:
A cartilagem da placa de crescimento é menos resistente ao estresse repetitivo do que a cartilagem articular do adulto.
Durante a adolescência, as placas de crescimento estão muito ativas, para propiciarem o rápido crescimento. Isso também as tornam mais frágeis e susceptíveis a lesões;
Com as intensas transformações corporais observadas nesta fase da vida, desequilíbrios musculares, perda de flexibilidade ou do controle corporal é comum.
A variedade e o número de elementos de risco incorporados às rotinas da ginástica aumentaram substancialmente durante a adolescência.
Os níveis de exigência biomecânica devidos ao alto grau de dificuldade na realização de gestos fazem da ginástica artística (GA) uma modalidade com elevado risco de lesões. Assim, é necessário que os aspectos a elas relacionados sejam controlados.
Segundo a literatura, lesões em ginastas são mais comuns no sexo feminino, articular em membros inferiores e em aparelhos de saltos.
Entre 10% e 55% das lesões esportivas são musculares.
Os músculos mais afetados são os isquiotibiais, quadríceps e gastrocnêmios.
A maioria das lesões musculares acontece na junção miotendínea, durante a fase excêntrica da contração muscular.

Conclusão

Conclui-se que existem alguns tipos de lesões que são mais frequentes na Ginástica Artística, tanto em função da parte anatômica como de cada aparelho utilizado.
Para prevenir tais lesões, seria importante realizar um planejamento relacionados a alongamento e aquecimento antes e após o treinamento, instalação e manutenção adequada dos equipamentos, a preparação física e psicológica dos ginastas e o trabalho integrado entre técnicos, médicos e fisioterapeutas.
Análise clínica e exames de imagem como ultrassonografia e ressonância nuclear magnética são necessários para elucidação diagnóstica e elaboração de planejamento terapêutico em lesões musculares.

Área

Medicina do Esporte

Autores

FLAVIO TAVARES FREIRE DA SILVA, ISALICE REGO E FURTADO, BARBARA ARAUJO CAMPOS, BEATRIZ DE MORAES FERNANDES, LEOTHOR VIDIGAL DE ALCANTRA, JOÃO VITOR FERNANDES BARROSO