Dados do Trabalho


Título

EFEITO IMEDIATO DA FADIGA MUSCULAR DO CORE NO STEP-DOWN TEST EM CORREDORAS RECREACIONAIS COM E SEM VALGO DINÂMICO DO JOELHO

Introdução e Objetivo

A fadiga muscular do core pode alterar o padrão de movimento do tronco e dos membros inferiores, especialmente nos corredores que possuem o valgo dinâmico do joelho, elevando o risco de lesão. A avaliação do controle postural dinâmico pode contribuir para a compreensão dos eventos durante a corrida. O objetivo deste estudo foi comparar os padrões cinemático e eletromiográfico durante o step down test (SDT) entre corredoras recreacionais com e sem valgo dinâmico do joelho imediatamente após um protocolo de fadiga muscular do core.

Casuística e Método

Corredoras recreacionais foram avaliadas pelo SDT e divididas em grupo valgo dinâmico do joelho (VDJ, n=17) e não valgo dinâmico do joelho (NVDJ, n=17). Os dados antropométricos e a força muscular foram avaliados para caracterizar os grupos e verificar possíveis diferenças entre eles, antes do protocolo de fadiga, em ambos os grupos. A cinemática do quadril, joelho e tornozelo no plano sagital e quadril e joelho no plano frontal e a integral da atividade eletromiográfica (iEMG) dos principais músculos do membro inferior, em três fases do movimento do SDT foram avaliadas antes e após um protocolo de fadiga muscular do core.

Resultados

O grupo VDJ apresentou menor força dos extensores do quadril (p=0,049). Durante o SDT, o grupo VDJ apresentou maior adução do quadril (p=0,021), maior iEMG do vasto lateral (p=0,043) durante a fase ascendente do SDT que NVDJ. Após protocolo de fadiga, ambos os grupos apresentaram maior deslocamento médio-lateral do ombro na direção do membro inferior de apoio (p<0,05), maior iEMG do tibial anterior (p=0,019) e vasto medial oblíquo (p=0,022) antes do início do movimento. Na fase descendente houve menor iEMG do gastrocnêmio medial (p=0,015), enquanto que na fase ascendente houve menor iEMG do gastrocnêmio medial (p=0,006), vasto lateral (p=0,012), semitendinoso (p=0,014), bíceps femoral (p=0,032) e glúteo médio (p=0,014).

Discussão

A hipótese desse estudo era que as participantes do grupo VDJ teriam maior amplitude angular (ADM) no quadril e joelho e maior atividade EMG dos músculos que estabilizam essas articulações, na busca de tentar amenizar o aumento da ADM durante o SDT. Após o protocolo de fadiga do core, os músculos do membro inferior apresentariam maior atividade EMG e, assim, a instabilidade reduziria a amplitude angular, em ambos os grupos. O grupo VDJ mostrou maior atividade do VL durante a fase ascendente e maior adução do quadril comparado ao grupo NVDJ, confirmando as hipóteses desse estudo. Observou-se também, que a fadiga dos músculos do core promoveu alterações no tronco e pelve, assim como no membro inferior, com ênfase para as variáveis EMG, resultados que são a favor das hipóteses, para a atividade de alguns músculos. Porém foi contra a hipótese para outros músculos, os quais mostraram redução da atividade após a fadiga do core. Não ocorreu efeito de tempo para a ADM do membro inferior, o que foi contrário às hipóteses também, porém, foi a favor, o aumento do deslocamento do tronco após a fadiga. Finalmente, os resultados apontam que os grupos lidaram de forma similar com os efeitos da fadiga de músculos do core pois não houve efeito significativo interação.

Conclusão

Corredoras do grupo VDJ apresentaram estratégia distinta para descer o degrau comparadas com aqueles do NVDJ. O efeito imediato da fadiga muscular do core é similar naquelas corredoras do VDJ e NVDJ.

Área

Medicina do Esporte

Instituições

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA - Minas Gerais - Brasil

Autores

Franciele Dias da Costa, Gina Olívia Brigido da Costa Curi, Victor de Souza Medeiros, Vinícius Dias Barbosa, Thiago Ribeiro Teles dos Santos, Valdeci Carlos Dionísio