Dados do Trabalho

Título

ANÁLISE DAS LESÕES DO MANGUITO ROTADOR EM JOGADORES DE HANDEBOL CEARENSES: UM ENFOQUE EPIDEMIOLÓGICO

Introdução e Objetivo

O manguito rotador é composto por quatro músculos e tendões que envolvem a articulação do ombro, sendo fundamental para a estabilização dinâmica dessa região. Ele permite movimentos como elevação, rotação e abdução, essenciais tanto para atividades diárias quanto esportivas. Lesões no manguito rotador (LMR) podem levar a instabilidade, dor crônica e perda de mobilidade, comprometendo seriamente a funcionalidade do ombro.
Esportes que exigem movimentos repetitivos acima da cabeça, como handebol, vôlei e natação, são os mais propensos a causar essas lesões. No handebol, o principal mecanismo de lesão é o biomecânico, resultante da sobrecarga dos tendões durante movimentos como abdução e rotação externa. Essa sobrecarga pode causar degeneração progressiva dos tendões.
O estudo tem como objetivo avaliar a prevalência de LMR em atletas de handebol, investigando causas, sintomas, diagnóstico e impacto no desempenho esportivo.

Casuística e Método

Foi realizada uma pesquisa quantitativa por meio de questionários estruturados com perguntas objetivas. Não foram aplicados critérios de exclusão para garantir uma amostra representativa. A coleta de dados ocorreu via Google Forms, com os técnicos distribuindo os questionários aos atletas por meio de grupos de WhatsApp. A amostra foi composta por 97 atletas de handebol de diferentes níveis de experiência. A análise foi feita no Planilhas Google, onde as respostas foram processadas e as frequências relativas e absolutas calculadas. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Resultados

Dos 97 atletas que participaram do estudo, 60,8% (n=59) relataram ter sofrido alguma lesão nos membros superiores, refletindo a alta incidência de lesões no handebol, especialmente devido aos movimentos repetitivos de arremesso. Desses, 53,6% (n=52) indicaram que as lesões afetaram diretamente os ombros, impossibilitando-os de competir.
Entre os atletas que sofreram lesões no ombro, 23,1% (n=12) foram diagnosticados com LMR, representando cerca de 13% do total. Esse número é significativo, considerando o impacto da LMR na mobilidade e funcionalidade do ombro. Porém, 48,1% (n=25) dos atletas com lesões no ombro não buscaram atendimento médico para confirmar a causa, indicando que a prevalência real de LMR pode chegar a 38%, caso todos os afetados tivessem recebido um diagnóstico médico.

Discussão

A alta prevalência de lesões nos membros superiores entre os atletas de handebol reforça a necessidade de medidas preventivas mais eficazes. Movimentos repetitivos de arremesso sobrecarregam o manguito rotador, favorecendo a degeneração dos tendões e aumentando o risco de LMR, especialmente quando não há acompanhamento médico ou fisioterapêutico regular.
Outro ponto relevante é o fato de muitos atletas não procurarem diagnóstico médico após lesões no ombro, o que pode resultar na negligência de lesões graves como a LMR. A falta de tratamento adequado pode comprometer a recuperação e agravar a condição, afetando o desempenho e a longevidade da carreira esportiva.

Conclusão

Os resultados deste estudo mostram que mais de 13% dos atletas de handebol foram diagnosticados com LMR, e a prevalência real pode ser de até 38%, considerando os casos não diagnosticados. Isso destaca a importância de estratégias preventivas voltadas para o fortalecimento muscular e acompanhamento médico regular. A implementação de medidas de prevenção e reabilitação precoce é essencial para reduzir o tempo de afastamento dos atletas e promover uma recuperação eficiente, garantindo a continuidade de suas carreiras esportivas e minimizando o risco de recorrência de lesões.