Dados do Trabalho


Título

Avaliação da mobilidade rotacional da coluna torácica em remadores

Introdução e Objetivo

A remada é composta por um movimento cíclico de transmissão energética entre os membros inferiores, superiores e tronco, que por sua vez é transferida para as pás fazendo com que ocorra o movimento do barco. Durante as fases ativa e de recuperação da remada, a coluna vertebral realiza movimentos distintos em suas diferentes regiões e aproximadamente 80% da rotação axial da coluna se origina na torácica. Uma limitação da mobilidade poderá afetar a qualidade da remada e o gesto esportivo adequado. Desta forma este estudo teve como objetivo avaliar a mobilidade rotacional da coluna torácica de remadores e a sua correlação com o tipo de remada: bombordo (remo lado direito), boreste (remo lado esquerdo), duplo (remo bilateral).

Casuística e Método

O método utilizado foi a mensuração da amplitude de rotação torácica através do goniômetro digital. O atleta permaneceu na posição “sentada nos calcanhares” (pelve estabilizada pelo examinador) com os cotovelos apoiados no chão. Durante o movimento uma das mãos permanecia atrás da cabeça para realização da rotação para o mesmo lado. Foram avaliados lado direito e esquerdo. Enquanto realizada a rotação do tronco, o goniômetro estava posicionado na região entre a sétima vértebra cervical e a primeira torácica para quantificar, em graus, a amplitude rotacional de cada lado.

Resultados

Foram avaliados 19 atletas do remo do sexo feminino e masculino com idades entre 14 e 30 anos e com frequência de treinamento de 6 vezes por semana. Destes 19 atletas, 4 remavam bombordo, 7 boreste e 8 dupla. As maiores assimetrias encontradas foram no tipo de remada boreste e duplo. A média de mobilidade torácica do remo bombordo para a direita foi 64,5° e para a esquerda 62,75°, no remo boreste para a direta foi 67,28° e para esquerda 65,71° e para o remo duplo 68,75° a direita e 68,37° para esquerda.

Discussão

Os nossos achados demonstraram que a média de rotação torácica foi semelhante para todos os tipos de remada. A ideia de que o remo bombordo ou boreste favoreceria o aumento de mobilidade pro mesmo lado não foi confirmada. O remo duplo apresentou um grau maior de rotação, porém, a diferença das médias entre bombordo e boreste não foi significativo. Observou-se que em alguns atletas a mobilidade estava aumentada para o lado oposto da remada, o que demonstra que outros fatores podem estar influenciando como a pelve e o quadril.

Conclusão

O nosso estudo demonstrou que a maioria dos atletas apresentou uma mobilidade maior que 60°, identificando parâmetros dentro da normalidade e aceitáveis. No entanto, quando comparados um lado e outro (bombordo e boreste) não houve uma propensão de aumento da rotação torácica para o lado da remada. Visto que existem poucos estudos analisando a coluna torácica de remadores, sugerimos que sejam realizadas novas pesquisas, com novas comparações e em outras abordagens.

Área

Medicina do Esporte

Instituições

Grêmio Náutico União - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Joseani Ceccato, Michel Severo Alves, Diego Xavier, Rosemary Petkowicz