Dados do Trabalho

Título

Avaliação de Agilidade em Paratletas de Vôlei Sentado da Cidade de Curitiba – PR

Introdução e Objetivo

O vôlei sentado começou a ser praticado em 1943 como uma forma de reabilitação para veteranos de guerra, mas só foi incluído nos Jogos Paralímpicos em 1980, em Arnhem, Holanda. Como o nome já diz, ele é praticado na posição sentada e utilizado os membros superiores tanto para os movimentos do esporte quanto para a locomoção em quadra. Devido ao aumento na prática de esportes adaptados, profissionais multidisciplinares realizam análises e testes para identificar as capacidades e limitações físicas individuais dos paratletas. No Brasil, há mais de 32 associações filiadas à Confederação Brasileira de Voleibol para Deficientes (CBVD), com mais de 400 paratletas federados. No Paraná, existem apenas 4 equipes com cerca de 40 paratletas federados. O objetivo deste estudo foi realizar uma avaliação de agilidade em paratletas de vôlei sentado da cidade de Curitiba - PR, utilizando-se do Teste T de Agilidade Modificado.

Casuística e Método

A amostra consistiu em vinte e dois indivíduos federados a Federação Paranaense de Voleibol, homens adultos, com algum tipo de deficiência física que seja elegível para a modalidade, com no mínimo seis meses de experiência na modalidade de vôlei sentado. Os testes físicos foram administrados antes do aquecimento e dos treinos. Os critérios de exclusão foram paratletas que não concluíram todas as etapas da pesquisa. Para a etapa de avaliação física, foi realizada a mensuração da massa corporal de todos os paratletas, além da mensuração da altura através de um estadiômetro. Foi realizada também a avaliação da amplitude de movimento de membros superiores através de um goniômetro manual e realizada a avaliação de força muscular de membros superiores através do teste de força manual. O teste de agilidade realizado foi o Teste de Deslocamento em T Modificado, em que o paratleta iniciou na posição sentada e percorreu um trajeto em forma de “T” com mudanças de direção com o total de 22 m em que o trajeto foi marcado através de cones. O paratleta foi instruído a tocar os cones com a mão e realizaram o teste no menor tempo possível. O teste foi cronometrado pelo avaliador e repetido após um intervalo de 3 minutos para descanso.

Resultados

A partir dos resultados obtidos, foi possível constatar que os paratletas amputados obtiveram melhores resultados no teste T de agilidade modificado, em que na primeira tentativa paratletas amputados realizaram em 14,12 ± 3,12 s e outras deficiências 17,01 ± 4,74 s, ; e na segunda tentativa paratletas amputados 14,16 ± 3,41 s e outras deficiências 16,96 ± 5,26 s.

Discussão

Devido à diversidade das deficiências e sequelas apresentadas por esses paratletas, não há uma padronização dos parâmetros de referência para os testes. Por isso, é recomendável que a avaliação seja pelo desempenho do paratleta ao longo do tempo, usando como referência o próprio paratleta ou outro membro da equipe que exerça a mesma função ou tenha as características parecidas, como a mesma classificação funcional. O teste de agilidade em T realizado com os paratletas de vôlei sentado da cidade de Curitiba apresentou uma boa efetividade devido a fácil aplicação, baixo custo e fácil adaptabilidade de realização com os paratletas com diversas deficiências. Os resultados mostram uma melhor execução dos paratletas amputados na primeira e na segunda tentativa em comparação aos paratletas com outras deficiências. As amputações de membros inferiores afetam significativamente a biomecânica corporal

Conclusão

Com base nos resultados obtidos, apesar de uma amostra reduzida, constatou-se
que os testes executados foram eficazes para a realização da avaliação da agilidade e
potência dos paratletas de vôlei sentado, destacando-se a importância de utilizar testes
específicos e adaptáveis para avaliar as capacidades físicas de paratletas com deficiência,
fornecendo dados confiáveis que podem servir de base para futuras pesquisas e
aprimoramento de métodos de treinamento.