Dados do Trabalho
Título
Treinamento Neurofisiológico na Otimização da Performance e Recuperação Atlética
Introdução e Objetivo
O treinamento neurofisiológico tem se mostrado uma estratégia essencial para melhorar o desempenho atlético e acelerar a recuperação muscular. Técnicas como o treinamento neuromuscular integrado (INT), estimulação elétrica neuromuscular(NMES), pliometria e qualidade do sono foram amplamente estudadas. Este estudo analisa e compara os efeitos dessas intervenções, com base em revisões sistemáticas e meta-análises, focando no impacto na performance e recuperação de atletas de diversas modalidades.
Casuística e Método
Foi realizada uma busca sistemática nas bases de dados PubMed, Scopus e Web of Science, utilizando os termos "técnicas neurofisiológicas", "desempenho atlético" e "recuperação muscular". Os critérios de inclusão abrangeram estudos publicados entre 2010 e 2023, em inglês ou português, envolvendo atletas de alto rendimento em modalidades como basquete e corrida, com dados sobre força muscular, potência, velocidade, salto vertical, lactato sanguíneo (BLa), creatina quinase (CK), dor muscular de início tardio (DOMS) e fadiga. Estudos que não utilizavam técnicas neurofisiológicas ou não apresentavam resultados comparáveis foram excluídos. Inicialmente, 97 estudos foram identificados; após triagem, 11 foram selecionados para análise detalhada, sendo cinco revisões sistemáticas e meta-análises incluídas na avaliação final.
Resultados
O treinamento neuromuscular integrado (INT) promoveu melhorias notáveis na estabilidade dinâmica (35%) e na força muscular (30%), além de uma redução de 28% nas lesões musculoesqueléticas em protocolos com duração mínima de 12 semanas (p<0,01). O treinamento pliométrico, especialmente quando associado à randomização de exercícios, demonstrou aumentos significativos no salto vertical (18,8%), mudança de direção (14,6%) e sprint de 30 metros (11,6%) (p<0,05), superando treinos não randomizados. Embora a NMES tenha reduzido a dor muscular em 20% (DOMS), sua eficácia na melhora do desempenho físico subsequente foi limitada, com variações não significativas nos níveis de lactato quando comparada à recuperação ativa (p>0,05). O sono, por sua vez, demonstrou ser um fator crítico, com déficits de até 23% na performance em situações de privação e um aumento de 30% no risco de lesões em atletas que dormem menos de 8 horas por noite (p<0,01).
Discussão
Os achados sugerem que o treinamento neurofisiológico, especialmente o INT e a randomização de exercícios pliométricos, desempenha um papel essencial na otimização do desempenho esportivo. Essas técnicas mostraram-se eficazes na melhoria da força, estabilidade e agilidade, reforçando sua aplicação prática. Em contrapartida, a NMES apresentou utilidade restrita, principalmente no alívio da dor muscular pós-exercício, mas com impacto limitado na performance subsequente. A importância do sono como um componente crucial tanto na recuperação quanto na prevenção de lesões foi destacada, sublinhando a necessidade de uma abordagem multidimensional para a maximização do desempenho atlético.
Conclusão
O treinamento neurofisiológico é uma ferramenta eficaz para otimizar a performance e a recuperação atlética. Técnicas como o treinamento neuromuscular integrado e a randomização de exercícios pliométricos melhoram a força e agilidade, além de reduzir lesões. Embora a NMES tenha impacto limitado no desempenho, é útil para a dor muscular. O sono adequado é essencial, afetando diretamente a performance e a prevenção de lesões. Assim, uma abordagem integrada que combine essas intervenções é recomendada para maximizar o rendimento dos atletas.
Área
Medicina do Esporte
Instituições
UNIVERSIDADE GRANDE RIO - Rio de Janeiro - Brasil, UNIVERSIDADE IGUAÇU - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Pedro Henrique Prudêncio De Souza, Rodrigo Frade Pannunzio, João Vitor Alvarenga Perez, Giovanni Liporace Pereira, Marcos José Da Silva Pinto De Rezende Filho, Willian Victor De Carvalho Barros