Dados do Trabalho
Título
AVALIAÇÃO DA FORÇA ISOMÉTRICA DE OMBRO EM NADADORES VELOCISTAS E FUNDISTAS
Introdução e Objetivo
A força muscular do ombro em nadadores, é um dos fatores fundamentais para o desempenho nos treinos e para a prevenção de lesões. A mensuração dessa força pode ser realizada de forma objetiva com o dinamômetro isométrico, e os resultados podem mostrar características diferentes entre os grupos de nadadores velocistas e fundistas. Dessa forma, o objetivo desse estudo foi avaliar a força muscular isométrica de ombro em nadadores de alta performance velocistas e fundistas do clube Grêmio Náutico União.
Casuística e Método
: O estudo contou com quinze atletas sendo oito fundistas e sete velocistas, sete do sexo feminino e oito masculino, com idades entre 18 e 27anos. A média de idade, peso e altura foi de ±20,2 anos, ±69,6 Kg e ±175,8 cm. Os atletas avaliados pertencem à equipe principal de natação do clube Grêmio Náutico União. Para realizar a avaliação da força isométrica máxima, foi adotada a seguinte posição: atleta deitado em decúbito ventral sobre a maca, o ombro, cotovelo e a mão mantida no plano transversal, simulando a primeira fase de puxada do nado crawl na fase submersa do nado. O ombro ficou em um angulo de 110° de abdução e a mão ficou apoiada sobre o dispositivo de contato do dinamômetro para aplicação da força máxima. Foi colocada uma faixa rígida no espaldar para fixar o aparelho na altura necessária para manter o posicionamento. O instrumento utilizado foi um dinamômetro portátil Lafayette®. Após as instruções e posicionamento do atleta, foi solicitado que aplicassem a máxima força dentro de um tempo de cinco segundos por três tentativas, primeiro no membro superior esquerdo e depois no direito. Foi utilizado os dois valores de força mais próximos fazendo a média entre eles e registrado como força muscular máxima, sendo descartado o mais discrepante. Os participantes foram avaliados no período da manhã, afim de estarem o mais descansados possível.
Resultados
A amostra foi de quinze atletas (n=15), sendo dividida em dois grupos . Grupo 1 (G1) composto por sete nadadores velocistas e o Grupo 2 (G2) com oito nadadores fundistas. Na avaliação dos ombros, o G1 apresentou a média de PEAK (pico de força máxima) (média=17 kg) maior no ombro direito quando comparado ao esquerdo (média=15,85 kg) e o TEMPO DE PEAK maior no ombro direito (2,55 segundos) quando comparado ao ombro esquerdo (2,08 segundos). Na avaliação dos ombros, o G2 apresentou a umédia de PEAK (média=14,45 kg)maior no ombro esquerdo quando comparado ao direito ( média=13,27 kg) e o TEMPO DE PEAK foi maior no ombro direito (média= 2,75 segundos) quando comparado ao ombro esquerdo (média=2,5 segundos). Além disso, o G1 apresentou o TEMPO DE PEAK menor quando comparado ao tempo de PEAK do G2.
Discussão
Para nadadores velocistas, a força explosiva e a potência muscular são essenciais, já que suas provas são de curta duração e exigem movimentos rápidos e intensos. Por isso, a força máxima e a capacidade de gerar grandes quantidades de força em curtos períodos de tempo são mais desenvolvidas nesse grupo. Já os nadadores fundistas, que competem em provas de longa distância, precisam de resistência muscular. Embora também precisem de força no ombro, a ênfase está na capacidade de sustentar um nível moderado de força ao longo de períodos mais longos. Assim, sua musculatura é treinada para suportar a fadiga sem perder eficiência durante o nado.
Conclusão
Essa avaliação nos permite concluir que os nadadores velocistas possuem maior força e menor tempo de pico de torque e os fundistas possuem menor força, mas sustentam por maior tempo o pico de torque. A análise desses dados é importante para ajustar o treinamento e prevenir lesões, especialmente nos músculos dos ombros, que são altamente exigidos no nado.
Área
Medicina do Esporte
Instituições
Grêmio Náutico União - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
Lisiane Cecchini, Angel Franciele Souza, Leonardo Fontanive Farias, Rosemary Petkowicz