Dados do Trabalho
Título
INCIDÊNCIA, EM ATLETAS DE FUTEBOL DAS CATEGORIAS DE BASE DO CEARÁ, DE ENTORSE DE TORNOZELO
Introdução e Objetivo
A torção ou entorse de tornozelo é uma lesão frequente em jovens jogadores de futebol, ocorrendo com alta incidência tanto em treinos quanto em competições, sendo provocada por contato direto ou por mecanismos sem contato¹. As entorses laterais são as mais comuns, seguidas pelas sindesmóticas e mediais, que podem variar de um simples estiramento até a ruptura completa dos ligamentos. O objetivo desse estudo é analisar a incidência de entorses de tornozelo entre os atletas de futebol de base do Ceará Sporting Club, abrangendo as categorias do Sub-12 ao Sub-23. O estudo buscará identificar quais posições e faixas etárias são mais impactadas por essas lesões e avaliar o tempo médio que os jogadores permanecem no Departamento Médico (DM) para recuperação. Isso permitirá uma compreensão mais detalhada sobre os fatores de risco e auxiliará na formulação de estratégias preventivas e de reabilitação mais eficazes.
Casuística e Método
Foi conduzido um estudo transversal, descritivo e quantitativo. Os dados analisados foram extraídos do banco de dados do Departamento Médico (DM) do Ceará Sporting Club, com registros de lesões ocorridas entre as temporadas de 2021 e 2023. Além disso, a revisão da literatura sobre o tema foi realizada e os resultados foram comparados com as informações coletadas neste estudo.
Resultados
No período de coleta e análise dos dados, foram contabilizadas, ao todo, 16 contusões no tornozelo, correspondendo a aproximadamente 14% do total de lesões registradas pelo setor médico nesse período. Os atletas que atuavam na posição de volante foram os mais afetados por essas lesões, com 7 casos registrados, seguidos pelos atacantes, com 4 casos, e pelos laterais, também com 4 casos. Zagueiros apresentaram apenas 1 caso. Não foram identificadas contusões no tornozelo em jogadores que atuavam como meio-campistas ou goleiros. O estudo abrangeu atletas das categorias de base,desde o sub-12 até o sub-23. A categoria sub-20 foi a que apresentou o maior número de contusões, com 8 casos, seguida pela sub-17, com 4 casos, e pelas categorias sub-15 e sub-14, com 2 casos cada. Não houve registro de contusões na categoria sub-23. O tempo médio de acompanhamento médico foi de 11 dias, com o menor tempo registrado de 4 dias na categoria sub-14 e o maior tempo de 27 dias na categoria sub-20.
Discussão
A análise revelou um dado importante: atletas mais velhos, contrariando a expectativa, apresentaram maior incidência de entorses de tornozelo. A intensidade e a complexidade dos treinos nas categorias superiores, com movimentos explosivos e contato físico frequente, podem explicar essa ocorrência. A posição em campo também influencia, com volantes e atacantes mais suscetíveis. A literatura corrobora essa associação, sugerindo que a severidade das lesões em atletas de alto nível prolonga o tempo de recuperação.
Conclusão
A entorse de tornozelo constitui uma das lesões mais comuns em atletas de futebol, independentemente da faixa etária. No entanto, observa-se maior incidência em indivíduos mais idosos e em atletas que atuam na posição de volante, devido à natureza dinâmica e exigente dessa função. A recuperação dessas lesões tende a ser mais prolongada em atletas mais velhos, o que ressalta a importância da implementação de protocolos de treinamento específicos, com ênfase em componentes neuromuscular e proprioceptivo, visando à prevenção e à otimização do retorno às atividades esportivas.
Área
Medicina do Esporte
Instituições
Centro Universitário Christus (UNICHRISTUS) - Ceará - Brasil, Universidade Federal do Ceará (UFC) - Ceará - Brasil
Autores
Pedro Felipe Austregésilo de Alencar, Guilherme Sávio Lima Frota, Alexandre Pedrosa Oliveira Moreira, João Felipe Martins Tomaz, Gabriel Borges de Araújo, Eduardo Vasconcelos de Freitas