Dados do Trabalho


Título

EFEITOS IMEDIATOS DA FADIGA MUSCULAR DO CORE DE CORREDORAS RECREACIONAIS COM E SEM VALGO DINÂMICO NA BIOMECÂNICA E DESEMPENHO DO Y- BALANCE TEST

Introdução e Objetivo

O Y-Balance Test (YBT) avalia o desempenho em uma tarefa que requer o equilíbrio dinâmico dos membros inferiores (MMII). O desempenho pode ser influenciado por fatores como o valgo dinâmico de joelho e a menor estabilidade do tronco. Corredores recreacionais podem apresentar alterações no equilíbrio dinâmico dos MMII na presença de fadiga muscular do core. Assim, o objetivo deste estudo foi comparar os padrões cinemáticos e eletromiográficos, durante o YBT entre corredoras recreacionais com e sem valgo dinâmico de joelho, após a fadiga muscular do core.

Casuística e Método

Estudo experimental foi realizado com 39 corredores recreacionais do sexo feminino, com idade de 20 a 35 anos, sendo 17 com valgo dinâmico de joelho (VDJ) e 22 sem valgo dinâmico (NVDJ). Foram avaliados os dados antropométricos, de força e resistência muscular do membro inferior dominante e tronco. Foi realizado o YBT avaliando seu desempenho, padrões cinemáticos e eletromiográficos (EMG), antes e após um protocolo de fadiga muscular do core. A EMG dos principais músculos do membro inferior foi avaliada e a atividade EMG foi integrada (iEMG) em 7 fases do movimento.

Resultados

No plano frontal, houve maior valgo dinâmico do joelho (p=0,025) e maior excursão angular do joelho (p=0,017) para o grupo VDJ. Após a fadiga muscular do core, houve aumento da excursão angular do quadril no plano sagital (p= 0,040) e aumento do deslocamento linear do ombro em todas as direções (médio-lateral p<0,001; anteroposterior p<0,001 e vertical p=0,049) para ambos os grupos. O grupo VDJ, na fase preparatória para o início do movimento, apresentou maior iEMG do VL (p=0,005) e, na fase ascendente na direção póstero-medial, maior iEMG do TA (p=0,001) quando comparado ao NVDJ. Após a fadiga muscular do core, ambos os grupos apresentaram: (i) fase preparatória: maior iEMG do ST (p=0,004), GMED (p=0,009), GMAX (p=0,016); (ii) fase descendente na direção anterior: menor iEMG do TA (p=0,006), GM (p=0,039), ST (p=0,047), e maior iEMG do GMED (p=0,047); (iii) fase descendente, na direção póstero-lateral: menor iEMG do TA (p<0,001); (iv) fase ascendente póstero-lateral, maior iEMG do BF (p=0,014).

Discussão

Houve efeito interação, em que a fadiga foi dependente do grupo em variáveis EMG: VL durante a Fase 2 (Anterior Descendente), que reduziu a iEMG após fadiga no grupo NVDJ, o que foi contrário à hipótese desse estudo e BF durante a Fase 7 (Póstero-lateral Ascendente) que aumentou a iEMG após a fadiga no grupo NVDJ, sendo a favor da hipótese desse estudo. Houve efeito principal grupo, em que os grupos diferiram independente de quando avaliados em variáveis cinemáticas e EMG, em que o grupo VDJ apresentou maior excursão do tornozelo no plano sagital, maior excursão do joelho no plano frontal e menor ângulo mínimo do joelho no plano frontal (maior valgo dinâmico do joelho) comparado ao grupo NVDJ, que foi de acordo com a hipótese desse estudo. Assim como foi a favor, que o grupo VDJ apresentou maior iEMG para VL durante a Fase 1 (Preparatória) e TA durante a Fase 5 (Póstero-medial Ascendente).

Conclusão

As corredoras do grupo VDJ adotam estratégia diferente para realizar o YBT comparadas as do grupo NVDJ, caracterizada por aumento de amplitude em valgo no plano frontal e de tornozelo no plano sagital, sendo que na fase preparatória e na direção póstero-medial há maior atividade de VL e TA. A fadiga mostrou efeito similar nos grupos, resultando em redução da atividade EMG dos principais músculos do membro inferior, mas com maior amplitude no quadril e deslocamento do tronco em todas as direções.

Área

Medicina do Esporte

Instituições

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA - Minas Gerais - Brasil

Autores

Franciele Dias da Costa, Gina Olívia Brigido da Costa Curi, Victor de Souza Medeiros, Vinícius Dias Barbosa, Thiago Ribeiro Teles dos Santos, Valdeci Carlos Dionísio