Dados do Trabalho


Título

A significante prevalência da Síndrome da Banda Iliotibial em corredores: Uma revisão de literatura.

Introdução e Objetivo

A Síndrome do Trato Iliotibial (SBIT) é uma lesão comum em corredores, caracterizada por dor na lateral do joelho devido à fricção do tendão iliotibial. Com a popularidade crescente da corrida, a prevalência da lesão tem sido mais evidente. Este artigo aborda a prevalência da SBIT em corredores, destacando fatores de risco, prevenção e tratamento. Compreender esses aspectos é fundamental para promover saúde e bem-estar dos corredores, auxiliando na prevenção de lesões e no melhor desempenho esportivo.

Casuística e Método

Este estudo é baseado em uma revisão de literatura conduzida na base de dados PubMed, com o objetivo de analisar a prevalência da Síndrome da Banda Iliotibial em corredores. A busca foi realizada utilizando os descritores “Iliotibial Band” e “syndrome”, com o uso do operador booleano AND, resultando em 472 artigos. Desses, foram selecionados 10 artigos publicados entre 2010 e 2024, seguindo os critérios de relevância para o tema e aplicabilidade dos resultados para o público-alvo de corredores. A seleção considerou estudos que discutem o diagnóstico, a prevalência e os fatores de risco da SBIT. Os dados foram analisados qualitativamente, buscando identificar padrões comuns e divergentes nas populações de corredores estudadas, além de sintetizar as principais conclusões relacionadas à prevalência da SBIT.

Resultados

Os 10 artigos analisados mostraram uma variação de prevalência da SBIT entre 7% e 22% em corredores de longa distância, sendo mais elevada em maratonistas (15% a 25%) com altos volumes de treino. Fatores de risco, como fraqueza dos abdutores do quadril, maior adução do quadril durante a corrida e rotação interna aumentada do joelho (>15°), foram consistentemente associados ao desenvolvimento da lesão. Cerca de 60% dos estudos destacaram a fraqueza do glúteo médio como fator determinante, reforçando a necessidade de fortalecimento muscular específico para reduzir o risco. Em termos de prevenção e tratamento, 80% dos estudos recomendaram programas focados em fortalecimento muscular, ajustes biomecânicos e retreinamento de marcha com aumento de cadência, que se mostraram eficazes na redução dos sintomas e na reabilitação dos corredores afetados. No entanto, os métodos diagnósticos ainda variam e carecem de validação, apontando para a necessidade de mais estudos que padronizem as abordagens de avaliação e intervenção para uma melhor gestão da SBIT.

Discussão

A revisão da literatura sobre a SBIT aponta incertezas na etiologia, sendo uma das lesões mais comuns em corrida de longa distância. Apesar da alta prevalência, fraqueza dos abdutores do quadril e variações na cinemática dos membros inferiores são fatores contribuintes, mas métodos diagnósticos e terapêuticos ainda são inconsistentes, sugerindo mais pesquisas. A SBIT está associada a aumento da adução do quadril e rotação interna do joelho, mas há limitações nos estudos. Exaustão e velocidade afetam a deformação da banda, indicando a necessidade de ajustes para prevenção. O retreinamento de marcha, com aumento de cadência e fortalecimento, pode ser eficaz na recuperação e melhora do desempenho.

Conclusão

A síndrome do trato iliotibial (SBIT) é uma lesão comum em corredores, e a popularidade crescente da corrida torna sua gestão ainda mais relevante. Os dados confirmam a importância de ajustar a cadência e adaptar a velocidade para reduzir a deformação da banda iliotibial. O retreinamento da marcha e o fortalecimento muscular também se mostraram eficazes no tratamento. No entanto, a variabilidade na etiologia e a falta de métodos diagnósticos precisos indicam a necessidade de mais pesquisas para aprimorar a prevenção e o tratamento. Isso permitirá uma melhor compreensão e gestão da SBIT, promovendo a saúde e o desempenho dos corredores.

Área

Medicina do Esporte

Instituições

Centro Universitário Christus - Ceará - Brasil

Autores

Marcelo Fontenele Girão, Roberto Brígido Ary, João Lucas Rocha, Guilherme Sávio Frota, Pedro Felipe Austragésilo, Ruan Braga Santiago