Dados do Trabalho
Título
INCIDÊNCIA DE LESÕES ARTICULARES EM ATLETAS DE FUTEBOL DA BASE DO CEARÁ NO PERÍODO DE 2021 A 2023
Introdução e Objetivo
O futebol, por sua natureza dinâmica e de contato físico, expõe os atletas a um elevado risco de lesões articulares. As articulações do tornozelo e do joelho são as mais frequentemente acometidas, seguidas por mãos, pulsos, cotovelos,canelas, panturrilhas, cabeça, pescoço e clavículas. A ocorrência dessas lesões pode resultar em afastamento prolongado dos treinamentos e competições, comprometendo significativamente a carreira esportiva. Analisar a prevalência de lesões articulares em atletas de futebol da base do time do Ceará Sporting Club. Descrever quanto ao tipo de lesão, à parte do corpo lesionada, à categoria, à posição de jogo e ao tempo de permanência no departamento médico (DM) entre 2021 e 2023.
Casuística e Método
Com o objetivo de analisar a prevalência e o perfil das lesões ocorridas no clube, realizou-se um estudo transversal e quantitativo, utilizando os dados do departamento médico referentes ao período de 2021 a 2023. Adicionalmente, foi conduzida uma revisão da literatura científica pertinente para contextualizar os resultados obtidos.
Resultados
As lesões articulares representaram 33,3% do total de lesões registradas no período de 2021 a 2023, sendo as entorses de tornozelo e joelho as mais prevalentes (43,9%). As lesões de menisco e LCA somaram 12,2% e 7,3%, respectivamente. O joelho (51,2%) e o tornozelo (41,4%) foram as regiões mais acometidas. A categoria sub-20 apresentou a maior prevalência (46,3%), seguida pelas categorias sub-17, sub-15, sub-14 e sub-13. Volantes (36,6%) e atacantes (26,8%) foram as posições mais afetadas. O tempo médio de afastamento foi de 35 dias, influenciado pelas lesões de menisco e ligamento cruzado anterior, que demandam recuperação mais prolongada.
Discussão
A prevalência de lesões se mostrou significativa em membros inferiores, em jovens atletas de futebol. A análise biomecânica e neuromuscular, aliada à avaliação da carga de treinamento, é fundamental para a compreensão e prevenção dessas lesões. Fatores intrínsecos, como a imaturidade neuromuscular e desequilíbrios musculares, e extrínsecos, como a alta demanda física e características do terreno, contribuem significativamente para o risco de lesão em atletas sub-20 e sub-17. A implementação de programas de prevenção, incluindo fortalecimento muscular, treinamento proprioceptivo e avaliação individualizada, é essencial para reduzir a incidência e a severidade de lesões em LCA, LCM, menisco e tornozelo.
Conclusão
As lesões articulares são altamente incidentes em jovens atletas, principalmente entorses de tornozelo e lesões no joelho. É observada maior frequência de lesões em categorias de maior idade e na posição de volante, com o tempo de acompanhamento no departamento médico variando de acordo com a natureza da lesão. Dessa forma, torna-se imprescindível a investigação da frequência das lesões no esporte de acordo com a faixa etária e categoria. Ademais, evidencia a necessidade de intervenções preventivas focadas nas diferentes faixas etárias e seus respectivos fatores de risco, com o objetivo de prevenir e otimizar os tratamentos.
Área
Medicina do Esporte
Instituições
Centro Universitário Christus (UNICHRISTUS) - Ceará - Brasil, Universidade Estadual do Rio Grando do Norte (UERN - Faculdade de Ciências da Saúde) - Rio Grande do Norte - Brasil, Universidade Federal do Ceará (UFC) - Ceará - Brasil
Autores
Pedro Felipe Austregésilo de Alencar, Guilherme Sávio Lima Frota, João Marcos Marinho Mendes e Silva, João Felipe Martins Tomaz, Haniel Douglas Brito, Eduardo Vasconcelos de Freitas