Dados do Trabalho
Título
Correlação da dor com o torque isocinético do joelho em pessoas com condropatia no joelho
Introdução e Objetivo
As perdas funcionais causadas pelas doenças que causam essa dor incluem instabilidade e diminuição da força muscular, potência, torque e controle do movimento, que levam os pacientes a um tratamento longo e demorado. Normalmente, o tratamento envolve fortalecimento muscular para que o paciente retorne às suas atividades. Sabe-se que a dor pode influenciar a funcionalidade do membro, mas não está associada como causa de alguma fraqueza e sim como fator concomitante.
Objetivo: verificar a influência da dor na força muscular em pacientes com dor no joelho.
Casuística e Método
Foram avaliados 13 pacientes com dor crônica no joelho devido à condropatia por meio do teste isocinético do joelho, através do dinamômetro isocinético Cybex (Humac 2009/Norm), seguindo o protocolo pré-estabelecido, com 2 momentos (com infiltração e sem infiltração articular de anestésico (5 ml de Cloridrato de Lidocaína 1%).
Resultados
Encontramos resultados significativos na diferença entre os valores de dor pré (4,47 ± 2,19) e pós (1,02 ± 1,84) (p=0,002); e nos valores de assimetria dos extensores do joelho pré (-19,61 ± 19,31) e pós (-1,76 ± 16,07) (p=0,021). Os resultados da correlação mostraram valor significativo para uma correlação negativa entre a variação da assimetria do pico de torque dos extensores do joelho e a variação da dor (0,568; p=0,043). Resultado semelhante foi encontrado para a variação do pico de torque de extensão e o valor de dor pós, com significância para correlação negativa moderada (-0,658; p=0,015).
Discussão
Os resultados encontrados nessa amostra deixam claro a relação íntima da dor articular com o desempenho muscular, interferindo, principalmente na potência da musculatura extensora do joelho. Percebeu-se uma melhora considerável da dor quando comparamos a avaliação pré (4,47 ± 2,19) e pós-analgesia (1,02 ± 1,84) (p=0,002), através da EVA. A dor nos participantes não foi totalmente reduzida com a anestesia dentro da articulação, isso pode indicar que parte da dor esteja em estruturas externas ao joelho, ou que parte da dor esteja relacionada a questões psicossociais. A redução da dor observada aqui, embora não seja uma redução completa, foi suficiente para alterar os valores de assimetria muscular.
A assimetria muscular é um fator crucial a ser considerado tanto na prevenção de lesões quanto na liberação de atletas para retornarem à competição em alto nível.
Conclusão
o estudo comprova a relação direta entre a dor e a perda de potência muscular.
Área
Medicina do Esporte
Instituições
Unicamp - São Paulo - Brasil
Autores
Bernardo Couto Nunes Mendonça, Thiago Alves Garcia, Arthur Fernandes Gaspari, Rafael Rezende Ferreira, Alberto Cliquet Junior, Andre Luis Lugnani Andrade