Dados do Trabalho

Título

Benefícios de práticas esportivas para pacientes com transtornos mentais

Introdução e Objetivo

Os transtornos mentais como ansiedade, depressão, esquizofrenia e transtorno bipolar, são problemas de saúde pública que afetam milhões de pessoas ao redor do mundo. Evidências científicas sugerem que, além das terapias convencionais como medicamentos e psicoterapia, as práticas esportivas têm sido reconhecidas como intervenções eficazes na promoção da saúde mental. O presente estudo tem como objetivo realizar uma revisão sistemática sobre os efeitos das práticas esportivas em pacientes com transtornos mentais, para explorar os impactos fisiológicos, e psicológicos.

Casuística e Método

Foi realizada uma revisão sistemática com ensaios clínicos, randomizados e meta-análises disponíveis em bases de dados MEDLINE-PubMed do último ano. Foram utilizados os seguintes descritores “Mental Disorders” AND “Mental Health” AND “Exercise” onde foram encontrados 37 artigos no total e 18 foram selecionados, após uma análise crítica.

Resultados

Os estudos analisados indicam que a prática de exercícios físicos oferece melhorias significativas para indivíduos com transtornos mentais. Pacientes com depressão e ansiedade apresentaram uma redução significativa nos sintomas após a incorporação de atividades físicas regulares, especialmente em modalidades aeróbicas, como caminhada e corrida. Em casos de esquizofrenia, o exercício físico contribuiu para a melhora cognitiva e na redução de sintomas negativos, como apatia e retraimento social, desta forma reduzindo a gravidade da doença. A amostra com indivíduos diagnosticados com transtorno bipolar que praticaram exercícios de forma regular, obtiveram melhora no humor, ansiedade e qualidade do sono. Além disso, pacientes com comprometimento cognitivo leve demonstraram melhora na capacidade funcional do cérebro e da memória.

Discussão

A partir dos resultados, é visto que as práticas esportivas podem ser incorporadas como uma estratégia de tratamento complementar para pacientes com transtornos mentais, devido ao seu impacto na modulação do sistema neuroendócrino. Modalidades como exercícios aeróbicos e de resistência são eficazes na promoção de neuroplasticidade e no controle dos sintomas de ansiedade e depressão. Apesar de tais benefícios, existem desafios como a baixa adesão ao exercício após a alta médica, o que demonstra a necessidade de acompanhamento contínuo e também, personalização das intervenções para maximizar seus efeitos.

Conclusão

A inclusão de atividades físicas nos cuidados de saúde mental deve ser incentivada como parte de uma abordagem multidisciplinar para o manejo de transtornos mentais. O exercício físico demonstra ser uma ferramenta eficaz tanto para a redução de sintomas quanto para um melhor funcionamento cognitivo. Apesar dos desafios relacionados à aderência e padronização, conclui-se que as práticas esportivas podem contribuir significativamente para a qualidade de vida dos pacientes a fim de se tornar uma estratégia fundamental para melhorar o tratamento dessas condições.